O que nunca fez sentido na Igreja


   Depois de duas semanas sem postar, chegou o dia em que eu vou finalmente pisar nos espinhos e vou cometer a heresia aqui de falar de igreja! Eu estava ouvindo algumas histórias a respeito, e eu sei que eu tenho as minhas: Passei por umas boas igrejas e numa delas fui criado e fiquei por muitos anos, por exemplo, chegando a integrar o famoso e popular em quase todas elas "grupo de jovens".
   Eu já acho "grupo de jovens" por si só uma coisa bizarra porque nada mais era que uma versão pocket da reunião normal sem pedir dízimo mas implorando para todo mundo aparecer no resto da semana (porque a forma como as reuniões são feitas definitivamente não e atratativo para os mais jovens) e forçando todo mundo a dançar em algum momento. Detalhe que quem fazia essas reuniões na minha igreja era sempre um pastor acima dos cinquenta, e hoje, mais velho, eu posso dizer que eles não sabiam se comunicar com jovens direito porque era quase a mesma fórmula engessada das reuniões normais, porque eles provavelmente não queriam mexer em time que já estava "ganhando" há mais de trinta anos!
   A coisa mais engraçada é que ninguém nunca queria dançar, ainda mais as mesmas músicas de sempre, e eu não sei o mais nonsense. Talvez fossem os obreiros dançando de frente para nós e fingindo que estavam adorando aquela música. No fundo todo mundo sabia que não, mas fingia que sim. E eles dançavam forçando um sorriso que mais parecia que estavam sofrendo quase como se deus fosse mandar um raio do céu se eles parassem. Isso porque a igreja achava, e ainda acha, que se tem música e dança então está se comunicando bem com a juventude! Pobres mortais, mal sabem que a maioria desse povo só dança na balada porque está devidamente bêbado o suficiente para isso!
   Eu tenho uma lembrança muito divertida (ou você se diverte ou sofre) de uma obreira nos ensinar, quando eu era criança, na popular escolinha (leia-se meio de tirar a concorrência por atenção de campo) a como calcular dez por cento do dinheiro que os pais nos davam, ou seja, nem criança escapava dos dízimos e ofertas lá. Mais recentemente, soube que estão dando até envelopes de dízimo para as crianças, para já irem aprendendo o que é a vida! Isso que é ensinar responsabilidade, senhoras e senhores!
   E para encerrar, vou contar uma história rápida aqui com essa igreja. Muitas pessoas se gabam de já terem roubado dinheiro do dízimo do altar. Eu mesmo nunca fiz isso, mas uma vez eu achei que era justamente para pegar o dinheiro quando vi ele ali. Nesse dia o pastor orava aos berros (como sempre) ajoelhado na frente de uma caixa grande onde as pessoas estavam jogando dinheiro. Sem envelopes, dinheiro mesmo. Nisso eu devia ter uns nove anos, e achei que era para pegar o dinheiro e coloquei o braço dentro.
   Era para ele estar em espírito de oração, mas do nada ele para e me fulmina com o olhar como se estivesse amaldiçoando eu e toda a minha descendência pelo resto dos tempos, e olha que eu nem alcancei a nota de dois reais com o meu bracinho! Foi um micro segundo assustador. Depois apenas continuei andando e ele voltou a orar. Agora, é estranho para quem estava naquele nível de espírito de oração ter notado o que acontecia em volta! Mas na época nem notei, só não queria ir para o inferno mesmo!

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