E hoje estamos de volta com aquele quadro antigo clássico em que julgamos o livro pela capa. Lembrando que essas são imagens de pessoas que não existem geradas por IA, e nos posts anteriores nós começamos sem querer a criar um pequeno universo com base em IA, e hoje nós vamos trazer mais alguns personagens nesse universo, julgando as pessoas pela cara mesmo!
Essa é a Rosana. Ela é mãe do Enzo e do Bruno. Ela literalmente gabaritou o bingo da mãe de classe média brasileira, desde gastar horas no salão para sair igual a como entrou mas sabendo as principais fofocas da semana até ser traída pelo marido com a secretária, mas não deixar isso afetar a sua autoestima, não que dê para ver em seu instagram. Sem mencionar um filho gay incubado e outro entregue ao celular onde corre o risco até de ver algum pornô gay de anão nos stories por aí. E sim, ela engravidou cedo para sair logo da casa dos pais sem saber que o marido era igual ao pai e que no fim, seria trocada por um travesti na Europa.
Agora, solteira sim, sozinha e acabada também, com um filho gay e o outro sem perspectiva de ser um adulto funcional (se fosse gay seria menos pior) ela leva a vida do jeito que uma mãe solo de classe média pode viver: Arrumando a casa quando a diarista não vem e se afundando nas novelas e em cerveja barata para não lidar com a própria realidade.
Esse é o Carlos. Carlos é o cara que o Bruno, o filho gay da Rosana e irmão do Enzo, pega no sigilo. E diga-se de passagem, pega por falta de opção, porque é difícil pegar um homem sem sair do armário a não ser que você procure por pessoas que também não saíram do armário, e Bruno encontrou uma pessoa onde a maioria dos jovens de apartamentos bonitos da zona sul acha: Nas páginas de direita e de fãs do Bolsonaro na internet. Carlos ama tanto o Bolsonaro que um dia ferrou todo o encontro com Bruno ao chamar ele de mito no meio da coisa toda.
Detalhe importante: Carlos é casado e tem um filho pequeno, cuja pensão não paga em dia, mas apenas quando a paciência da ex acaba e ela começa a ameaça-la de ir a justiça, afinal, caso seja preso não estará mais por cima. (Quem entendeu essa, entendeu!) E ela já deveria ter feito isso quando ele bateu nela pela primeira vez. Se bem que ele gosta muito quando Bruno bate nele. E voltando ao filho, ele não pega aos finais de semana porque isso deixaria ele mal falado entre os amigos de direita. Que conservador seria esse, que assume os filhos que faz, sustenta a ex com pensão e ainda cria? Não, isso acabaria com a sua reputação no grupinho! Pegar o Bruno é mais fácil de explicar!
Essa é a Vanessa. Ela é colega do Enzo na escola. Completamente antifeminista, já ficou uma vez com a Camila no sigilo, mas felizmente o pastor dela nunca descobriu que foi traí... Desobedecido! E desde então ela começou a dizer que resolveu esperar para encontrar um homem de deus, um autêntico varão, mas até o momento só conseguiu varinha mesmo.
Mas ela não desiste: Deus escreve certo por linhas tortas, e na cabeça dela, com canetinha rosa glitter com cheirinho de morango em um daqueles papéis de carta com ursinhos e desenhinhos nas laterais. Quando não está na escola, ela passa seus dias xingando o Lula e mandando as pessoas para Cuba na internet e de vez em quando posta um ou outro versículo bíblico para depois voltar a xingar pessoas aleatórias e condenar todos ao inferno com base nas únicas oito passagens do livro sagrado que seu pastor ensinou nas reuniões. Inclusive sobre amar ao próximo, que ele fala sempre que está perto dela.
Essa é a Solange. Empregada doméstica da Rosana desde que estava com o ex-marido, por sinal, a razão porque ninguém morreu de fome naquela casa nos últimos três anos. Rosana nunca assinou sua carteira e também nunca deixou o Enzo brincar com o filho dela. Rosana critica Solange por fumar demais e a chama de chaminé. Rosana até o momento não se deu conta e nem dá sinais de que algum momento vai se dar de que ela mesma é o maior motivo de Solange fumar que nem uma condenada.
Enquanto isso, dia após dia, Solange observa as fotos felizes de Rosana com os filhos em que se gaba com muitas hashtags bonitinhas de ser uma mãe prestativa, batalhadora e amorosa enquanto sabe que fora do instagram sempre foi ela e a internet, principalmente a internet, que fizeram o trabalho duro. E foi por isso que ela aprovou o relacionamento de seu filho Carlos com Bruno (mesmo também fingindo que não sabe): Vingança contra Rosana. Todas as suas outras idéias são contra a constituição brasileira, infelizmente. Para alguma coisa o filho tem que servir depois de rezar para pneu e pedir intervenção militar na internet (sendo que a última vez que passou por uma saiu chorando de uma blitz!).
Essa é a Maria Clara. Maria Clara tem apenas duas preocupações na vida. Uma é não deixar o seu Fluffly, o Lulu da Pomerânia pelo qual pagou dois rins e um par de córneas frescas no Pet Shop comer entre as refeições e não ficar sem a sonequinha sob o sol a tarde para não extressar e cair os pelos e nem ficar sem a ração premium, e a outra, tentar agarrar o Bruno, porque não é todo dia que se vê um belo, moreno e alto cidadão solteiro por aí, e como ela nunca o viu com mulheres, apenas com o amigo bolsonarista, ela tem a mais absoluta certeza de que ele está disponível. A parte mais contraditória de tudo é que nessa conversa é o Fluffy quem se preocupa com seus períodos de cio.
Maria Clara acha que Enzo é gay pois já ouviu Rosana comentar com Solange as escondidas para não atrapalhar os encontrinhos do filho com o rapaz que vai chegar, pois não é da conta dela, sem saber que Enzo, do alto de seus onze anos, só joga Street Fighter de Chun Li para ver sua calcinha. Mas tudo é esquecido quando Bruno aparece.
Dia desses o Bruno chegou em casa com o olho roxo ao lado do amigo Bolsonarista depois de saírem a noite. Agora ela está louca de raiva para descobrir quem foi essa vagabunda que bateu nele e fazer justiça com as próprias mãos!
E é isso por hoje, comentem para mais uma parte em breve!