Queima a Fita #05: Migthy Morphing Power Rangers


   Eu acho que a definição mais honesta que alguém pode fazer de literalmente qualquer temporada de Power Rangers é "muito protagonismo e poder tirado do rabo em meio a um oceano de espuma e lycra!".
   Eu voltei recentemente a assistir a temporada clássica de Power Rangers, de 1993, da Saban. Sim, aquela onde tudo começa.
   Eu acho engraçado como ninguém nunca notou que o Zordon (que mais parece uma cabeça decepada num enorme vidro de formol, o que ja mostra que aquilo não era para crianças) literalmente sequestrou adolescentes que estavam vivendo suas vidas normais sem nem perguntar nada para serem Power Rangers! Porque claro, é o sonho de todo mundo ser super-heroi do bem: Na vida real no mesmo dia a gente ia ter os megazords destruindo escolas!
   Agora, só eu acho levemente estranho que ele queria especificamente adolescentes para colocar naquelas roupas agarradas de lycra entrando na bunda? Não agentes do serviço secreto ou soldados do exercito, mas adolescentes "com garra"? De onde eu venho isso dá uma cadeia!
   Também é bastante discutível o conceito da vilã, Rita Repulsa. Eu fico imaginando a reunião da equipe de roteiro na hora de criar ela, um monte de homens de terno em volta de uma mesa, executivos da Saban, conversando:
   -Nós precisamos de um vilão que seja poderoso e que faça as crianças terem medo! Idéias?
   -Que tal uma velha no mais alto da menopausa gritando o tempo todo com tudo e todo mundo como se nunca tivesse visto um clonazepam na vida?
   -Perfeito, Roger! Está promovido!
   Eu não duvido nada que Rita Repulsa tenha feito muitas crianças da época lembrar das próprias mães cada vez que eles faziam algo de errado.
   E claro, como não podia deixar de ser, como em literalmente qualquer produção dos anos noventa, os "adolescentes" tinham ali na faixa dos trinta anos e eram mais alto que seus professores!
   Mas a série tem seus méritos, por exemplo, com um dos primeiros casais claramente homossexuais em alguma produção para o público infantil! Tudo bem, vá lá que Bulk e Skull mais envergonham do que orgulham a classe LGBT e passaram a série toda no armário, mas vocês tem qie admitir: Aqueles dois não se largando por nada, Skull repetindo com entusiasmo tudo o que Bulk falava, e estava sempre no ombro dele, não tem outra maneira de interpretar isso: É tipo o paradoxo do armário: Oculto, mas todo mundo vê!
   E para encerrar, os megazords provavelmente foram desenhados pela mesma galera que fez os carros alegóricos do carnaval de Botucatu no final dos anos oitenta, porque você olha os zords se juntando e já imagina o samba enredo:

"E eu morfei! Eu morfei!
Hoje a luta é na aveniida!"

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