Da Redação #09: A Covid19 se mostrou mais real do que eu Gostaria


   Eu gostaria de não estar fazendo esse post. Quando fiz aquele post em que começaria uma série chamada "diário de isolamento", minha mãe estava assintomática, mas de lá para cá, os sintomas apenas ficaram mais fortes. Ainda não tinha tomado a vacina e deu esse azar.
   Todos aqui testamos negativo e estávamos plantando uma enchente de alcool em casa de tanto que estávamos passando alcool nas coisas. É sério, a gente ficou maluco com isso daí. Então achei que seria interessante seguir a formula desse blog e tirar sarro da situação. Mas minha mãe ficou cada vez pior quando os sintomas vieram e agora está hospitalizada num hospital de campanha da cidade.
   Mesmo para mim que levei essa pandemia a sério desde o começo, desde a primeira vez que soube sobre ela, ao sentir a casa vazia sem minha mãe senti um peso desgraçado dentro de mim, como se não tivesse me protegido o suficiente, como se eu tivesse levado o virus para dentro de casa, o que não é verdade, pois felizmente testei negativo!
   Confesso que subestimei a força da minha mãe! Ela já teve uma excelente melhora em relação a como estava em casa e está se recuperando, apesar do estado complicado em que entrou!
   Mas quando é um parente seu, questões como a falta de respiradores em várias partes do país, a forma como a presidência tem se esquivado de fazer o minimamente necessário e desestimulado os cuidados tomam outra dimensionalidade! Se aproximam e parecem estar aqui, ao lado, conosco! Parecem muito mais reais do que as noticias da revista e do jornal costumam ser para o interior longe de tudo!
   E o que também ganha outra dimensionalidade e proximidade é o quanto nós não somos nada nesse mundo: Minha mãe com toda sua força de suportar uma vida inteira nos ombros era literalmente a última pessoa que eu imaginava que veria sofrendo com essa doença. Tenho gente na familia que trabalhou até os setenta e cinco mentindo ter cinquenta. Mas, somos seres humanos falíveis e passíveis de ficar doentes e morrer a qualquer momento, e a vida passa como um sopro. E essa é uma verdade que não escolhe gêneros ou papéis.
   Fico aqui esperando o melhor para a minha mãe. Que se recupere e volte logo para casa!

   Atualização: Felizmente, até o momento do lançamento desse post, que escrevi coisa de duas semana antes, minha mãe já havia melhorado gradativamente e já pode voltar para casa, ainda que um pouco fraca e necessitando repouso por conta do tratamento! Mesmo assim, ela teve muita sorte, e lamento demais por todas as pessoas que não tiveram e pelas famílias que se desestruturaram por conta dessa doença terrível! Seguimos lutando, nos protegendo e esperando sempre pelo melhor!

Postar um comentário

0 Comentários