Pete #21: Um conto de natal do Pete - 2 de 3


Lê até o final que eu tenho uma super dica para você!

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   Finalmente conseguimos embarcar no avião depois de meia hora. O Pete estava super animado com tudo de um jeito que só o natal (ou muito açucar) podem fazer com as crianças. Simplesmente não parava de falar no quanto ia ser incrível ver de verdade os fogos que ele via na TV e as decorações absurdas que se faziam na capital no natal e em cada lugar que ele queria que a gente fosse. E eu achando que ia descansar no feriado. Bem dizia minha mãe: "Descansar só quando morrer!". Pete estava sentado do meu lado no avião enquanto Maurício e Raquel estavam em outro lugar sem nem pensar no filho, já que tinha o idiota mal pago aqui para cuidar dele.

   -Para só um pouquinho, vai, Pete! Todos nós sabemos o quanto vai ser um p#rre!

   -Um o que?

   -Nada! E não repita isso na frente dos seus pais! Olha, o tio está cansado, tá? Esse foi um ano muito difícil para todo mundo, mais do que você pode entender!

   -Então... Você vai ficar no hotel? - Perguntou, parecendo decepcionado.

   -É uma opção? - Sorri. - Se o hotel tiver wifi eu aceito!

   -...

   -Tá, eu vou com vocês, baixinho, mas olha, um dia você vai ser adulto e vai ter que lidar com coisas de adulto, e vai perceber como as vezes a vida é pesada com todos nós. E nem sempre a gente está bem o suficiente mesmo para sorrir! Acho que ter me tornado adulto... Acabou com o espírito do natal para mim!

   -Tá...

   Ele então parou e se resignou a olhar para a janela do avião do seu lado enquanto as últimas pessoas começavam a embarcar lá fora. Talvez eu o tivesse desanimado também, mas a verdade tendia mesmo a ser desanimadora. E nisso peguei no sono.

   Quando dei por mim, estava já na avenida principal da capital durante a noite. Um monte de luzes, uma enorme árvore de natal na praça, musica tocando, um monte de pessoas andando por lá, e de longe podia ver o Maurício e a Raquel com o Pete sendo levado por eles pelas mãos. Mas o Pete estava triste. Sem saber o porque, tentei correr até eles, mas uma mãosinha segurou minha mão.

   -Eles não vão te ver!

   -Ah, não, de novo não! - Reclamei. Era outro Pete.

   -Eu sou o Pete do Natal presente, e esse... É o natal que vamos ter se você realmente ficar no hotel!

   -Se esse é um natal hipotético então não pode ser o presente!

   -...

   -Tá, desculpe!

   -Olha para ele! - Disse, apontando para o outro Pete. - Você fez isso, você jogou suas dificuldades em cima dele, sendo que o natal é um momento para esquecer de tudo! É justamente porque o ano foi pesado e difícil que o natal vem agora: Esse é o momento de finalmente descansar para não surtar! É o momento de você passar um tempo com quem gosta sem preocupações! Só por um dia, por um momento! É muita coisa?

   -Eu não posso deixar ele assim! - Murmurei.

   -E não pode fazer isso consigo mesmo também, porque se não... Bem, isso não cabe a mim te contar!

   Acordei. E dessa vez sem a voz de Pete por perto. Olhei para o corredor. Ele foi sentar no colo do pai dele. Talvez eu realmente tivesse ido longe demais dessa vez. Talvez eu realmente tenha colocado tudo a perder naquele natal para mim e para ele.


   CONTINUA...

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