Pete #21: Um conto de Natal do Pete - Final


   Lê até o final que eu tenho uma super dica para você!

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   Algum tempo depois, chegamos ao hotel e fizemos o chek-in. Pete estava bastante quieto, como poucas vezes eu vi, e eu, é claro, me sentindo culpado. Mas ainda não queria tentar falar com ele. Ainda queria consertar as coisas, mas tinha que dar algum tempo. Tivemos que alugar dois quartos, sendo que eu ia dividir um com o Pete.

   -Está animado para hoje? - Perguntei.

   -Não muito. - Murmurou.

   -Me desculpe, Pete, eu...

   -Você é adulto. Não tem que explicar nada. - Disse. - Posso ir no parquinho do hotel?

   -Pode.

   Quem era eu para dizer não para ele depois das besteiras que falei a bordo do avião mais cedo? Me deitei na cama e comecei a olhar para o teto pensando em tudo o que tinha acontecido até então. Eu não queria ter estragado o natal de mais ninguém além do meu próprio, ainda mais o dele que era só uma criança. Eu só não estava a fim de sair. Não era um crime, era? Seja como for, acabei por cochilar de novo. Depois de tudo, talvez isso me ajudasse a pensar nas coisas.

   Quando dei por mim, estava no que parecia ser uma casa fria e vazia. Em uma poltrona, aparentemente dormindo, havia um velhinho. Um Pete se aproximou de mim.

   -Eu sou o Pete...

   -Do natal futuro, já imaginei! Li Charles Dickens quando era criança, e sinceramente, nem achei tudo isso! Mas via de regra esse tem que ser o último!

   -E muda alguma coisa? Porque se não mudar, é assim que as coisas vão acontecer!

   -Esse sou eu?

   -É o Pete! Em breve vão chegar aqui e vão saber que ele... Acabou assim.

   -Porque ele não saiu daqui? É natal!

   -Porque você tirou isso dele! O fato, tio, é que as crianças escutam tudo o que os adultos falam, muito mais do que vocês pensam. E quando se cresce, manter os sonhos vivos é tudo o que resta para manter pelo menos um pouco de tudo isso vivo.

   -N-não pode ser...

   Me aproximei do velhinho da poltrona. Não podia acreditar. Depois de tudo o Pete acabar assim? Depois de toda a dor de cabeça e todas as vezes que eu quis matar ele, agora ele acaba assim sozinho, sem ninguém para olhar por ele, ainda mais agora em dia de natal? Não, eu não podia deixar as coisas assim.

   -E agora?

   -Agora você decide o que fazer!

   Foi quando meus olhos se abriram. Estava de volta no quarto do hotel, e estava escurecendo. Eu realmente dormi a tarde toda enquanto eles estavam fora. Mas aí, enquanto me sentava na cama, ainda pensando sobre tudo o que tinha sonhado, Pete entrou. Tinha um panetone nas mãos.

   -Tio, eu... Pedi para voltar aqui rapidinho antes de a gente ir para a avenida!

   -Achei que não quisesse me ver mais hoje!

   -Eu pedi para ir em algum lugar com a minha mesada e trazer para você já que você não quer ir! Meu pai ficou um pouco bravo, mas...

   -Não, nem pensar nisso! Eu vim para cuidar de você, seu moleque, e eu não vou desistir agora! - O abracei. - Eu quero que você esqueça tudo o que eu falei no avião! Eu amo você, eu amo o natal, e eu quero que você suba nessa cama agora e suba nas minhas costas porque a escadaria desse hotel é enorme! - Sorri. - Depois eu converso com seus pais! O importante é que hoje na avenida vai ser incrível!

   -Sério?

   -Vem!

   Descemos a escadaria do hotel que nem dois surtados com ele levantando as mãos para cima enquanto as pessoas nos olhavam sem entender o que estava acontecendo. Eu estava errado. Era hora de esquecer os problemas, era hora de descansar a minha cabeça e viver a vida como ela vale a pena ser vivida, pelo menos hoje, sem o desespero de amanhã! Só se deixando sentir a magia do natal, como nunca devia ter deixado de ser!


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